segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Sim, não e os porquês...

Qual mãe e qual pai, após probir alguma ação de um filho, não se viu diante de uma insistente argumentação do mesmo para reverter esse não para um sim. Principalmente se a esta proibição, não atrelar-se uma justificativa plausível.
Esperar que a criança obedeça sem qualquer reclamação, é querer formar um indivíduo que não lutará pelos seus desejos, que não terá capacidade de negociar.
Devemos estar sempre abertos a ouví-los, se quisermos sermos ouvidos. Devemos permitir que nossos filhos expressem seus sentimentos e que possamos, juntos, encontrar momentos de identificar tais sentimentos, numa conversa amigável.
Se somos tolerantes com nossos amigos e parentes adultos quando eles emitem uma idéia contrária à nossa, porque somos tão intolerantes perante nossos filhos?
Simples! A criança questionadora ameaça a “autoridade” de pessoas adultas inseguras.
É importante que ela possa verbalizar suas idéias, entretanto também é importante que ela também escute nossos motivos para um não.
De que adianta dizer à criança para não manusear a faca, se não lhe explicarmos o quão perigoso o objeto pode ser?
Quando educamos para a autodisciplina, estamos ensinando a autonomia.
Quer doces? Antes do almoço não pode porque faz diminuir a fome sem dar nutrientes.
Quer ficar vendo televisão até mais tarde? Se amanhã não levantar na primeira chamada, não será mais permitido ficar até mais tarde (é óbvio que isso acontecerá na primeira negociação...)
Quer sair com amigos? Já cumpriu todas as tarefas escolares? (Até no dicionário o dever vem antes do lazer...)
A sociedade exige das pessoas que elas cumpram normas, desempenhem tarefas. A vida é exigente com as pessoas, e os fracos não conseguem vencer os dissabores. Como não ensinar isso aos filhos?
Alguns pais ou mães, por criarem seus filhos sozinhos, se dizem “pai e mãe”.
Este é um grande engano! Mãe tem uma forma de abordar os filhos completamente diferente de um pai. E a recíproca também é verdadeira.
Ninguém educa como os dois!
É mais difícil sim, porque não há com quem trocar idéias, pedir opinião, porém, é a sua forma de educar; e esta precisa estar bem clara em sua mente, para que não ocorram negligências ( por sentimentos de culpa) ou autoritarismos (por medo).
A maneira determinada como os pais controlam as ações de seus filhos quando ainda pequenos, terá uma resposta fundamental para o autocontrole desse indivíduo quando este chegar na fase de adolescente e adulto.

Qual seu nível de consciência em relação ao lixo que produz?

A questão do lixo
“Tudo que acontecer a terra, acontecerá aos filhos da terra.“... Não há lugar calmo nas cidades do homem branco. Nenhum lugar para escutar o desabrochar de folhas na primavera ou o bater de asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu sou selvagem e não compreenda...”“.(trecho da carta do chefe Seattle ao presidente dos Estados Unidos- 1855)
“Lixões” ou aterros?
A maior parte do lixo produzido no planeta é de matéria orgânica, depositada diariamente em “lixões”, que são terrenos baldios onde esse lixo fica a céu aberto, sem nenhuma seleção dos produtos ali colocados, com total e pleno acesso da população carente, que ali vasculha em busca de alimentos (!), ou algo de que possam se servir. O material fica exposto, sendo revirado por tratores mês a mês para melhorar sua compactação e para acelerar sua decomposição.
O grande problema é que a velocidade de acúmulo desse lixo é muito maior do que a velocidade de decomposição. E isso, ao ar livre...
Há que se considerar que esse depósito inadequado de lixo, pelas fermentações da matéria orgânica, forma um líquido denominado chorume (escuro e ácido), de odor fétido inconfundível, atraindo ratos e baratas, que farão a disseminação dos microrganismos patogênicos presentes nesse lixo.
O incrível é que tal situação, em pleno século XXI é idêntica à da Idade Média (!) quando os indivíduos lançavam seus resíduos em plena rua (até pelas janelas) e isso ocasionara o aumento dos ratos, que espalhavam suas pulgas com a bactéria da peste.
Só por esse fato o “lixão” já seria tecnicamente condenável. O absurdo é ainda maior ao constatarmos que tal chorume possui altíssimas concentrações de metais pesados (segundo a tabela abaixo), que se infiltram no solo chegando a atingir os lençóis freáticos, poluindo água do subsolo.
Usinas de Compostagem
Talvez o menos agressivo dentre os já citados e de certa importância econômica, pois vislumbramos um pouco de atenção a material reciclável, inda que em ínfima. São locais aonde chegam os caminhões com o lixo parcialmente triturado, sendo o mesmo despejado em esteiras rolantes, onde funcionários fazem uma separação manual de vidros e plásticos, e por eletro-ímã, dos metais. Estes materiais recicláveis não vêm em separado, pois não há uma cultura de coleta seletiva, portanto há uma mão de obra necessária para esse trabalho.
Na esteira rolante restará apenas a matéria orgânica, que seguirá para um biodigestor, que é um cilindro rotatório em cujo interior há microrganismos fermentativos e pela temperatura controlado a decomposição da matéria será acelerada.
O resíduo permanecerá neste processo por algumas horas e será, então, despejado em terreno pavimentado, formando montes, que serão revirados constantemente. O subproduto poderá ser então vendido como adubo, popularmente “terra vegetal”.
Neste método o inconveniente é o forte mau cheiro na região e ainda há a questão do chorume, inda que em terreno seja cimentado, existe o escoamento para o solo. E há um detalhe: o processo é extremamente lento, e em grandes metrópoles, haveria a necessidade de várias usinas espalhadas em pontos estratégicos, viabilizando economicamente o processo.

Incineração
Tal prática somente é permitido e adequado para o lixo hospitalar, pois há total eliminação de matéria orgânica contaminante. Há dificuldades para a incineração pela diversidade do material a ser destruído, como seringas e agulhas, esparadrapos.
Sempre restará um resíduo sólido inaproveitável e há que se considerar que através da fumaça a poluição atmosférica é inevitável.

Reciclagem
Por fim discutiremos o método que é o objeto maior de toda a nossa explanação: a reutilização de material usado nas indústrias. Reciclar mais e desperdiçar menos, evitando o acúmulo no lixo de substâncias que levam períodos quase centenários de permanência.
Para a utilização deste processo há necessidade de orientar toda a população no sentido de embalar os dejetos domésticos de modo seletivo. Normalmente há de 3 a 4 acondicionamentos diferentes: matéria orgânica (restos de comida), latas/vidros, plásticos, papéis (jornais/revistas).
A partir dessa separação, há a comercialização dos resíduos para as indústrias. Fica muito menos oneroso reciclar uma lata de alumínio do que produzi-la. O mesmo ocorre com os plásticos e papéis.
Este método além de diminuir o impacto ambiental dos resíduos no meio, melhorando a qualidade de vida da população, é de grande interesse por parte das indústrias.
Tal prática deve ser fomentada na população, através das escolas, visando desenvolver um hábito de preservação do meio ambiente desde a infância, um cuidado com o lixo de nossas casas e de nosso bairro.
Acreditamos que um hábito adquirido desde a mais tenra idade, fará do indivíduo adulto um cidadão cuidadoso quanto ao seu espaço físico e criará uma consciência da sua parcela de responsabilidade na preservação do meio ambiente. Com absoluta certeza uma criança que participe constante de coleta seletiva em sua casa, não será o cidadão que joga cascas de frutas pela janela do seu belo carro.
Porém de nada vale a escola instruir o aluno quanto à separação do lixo se não houver, por parte das prefeituras, o interesse em recolhê-lo de forma seletiva.
Sabe-se que, somente na cidade de São Paulo, quase metade do lixo diário é de papéis (altamente reciclável) e ainda hoje, lamentavelmente, 70% do lixo é destinado aos lixões e aterros sanitários.
É interessante fazermos um comentário: As prefeituras dos grandes centros urbanos afirmam ser inviável a coleta seletiva, pois a população não colabora, e a coleta ficaria economicamente abaixo do previsto.Argumentam que talvez desse certo em núcleos menores, como os bairros...
Quando levamos a sugestão em cidades bem pequenas, com facilidade de envolver todos os munícipes, os assessores políticos “enxergam” somente em curto prazo afirmam que a relação custo x benefício não compensa... (Como se a qualidade de vida do município não valesse nada....).
É lamentável quando o ser humano, com poder de decisão, pense somente nas vantagens econômicas e imediatas...
Para concluir, é inadmissível que o Brasil tenha uma tecnologia de ponta em questões de genética molecular e possa ser tão primário e irresponsável em questões de meio ambiente. Será que só vale a pena investir em pesquisas que gerem lucros e divisas para o país?
E lembrando a carta do chefe indígena:
“..o que fere a terra, fere também aos filhos da terra. O homem não tece a teia da vida, é antes um dos seus fios. O que quer que faça a essa teia, faz a si próprio. Isso eu não compreendo. Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e como tal nada possa compreender...”.